Brainstorm e Mapeamento Mental para Gestão do Conhecimento

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De autoria de Alex Osborn, a técnica de brainstorm (tempestade de ideias) é bastante utilizada principalmente em áreas como administração, publicidade e propaganda, marketing, gestão de processos, entre outras. Essa técnica propõe que um grupo de pessoas – de duas até dez pessoas – se reunam e se utilizem das diferenças em seus pensamentos e ideias para que possam chegar a uma resolução eficaz e com qualidade, gerando assim ideias inovadoras que levem o projeto adiante. 

Consiste em lançar as ideias tão logo elas apareçam durante a reunião e registrá-las em um quadro ou programa. Com isso as ideais não são “barradas” pois, nenhuma ideia é descartada ou julgada como errada ou absurda. Feito o levantamento passamos para a fase II – o mindmapping (mapeamento mental ou mapa da mente) é o nome dado para um tipo de diagrama sistematizado pelo inglês Tony Buzan, voltado para a gestão de informações, de conhecimento e de capital intelectual e de inovação; para a compreensão e solução de problemas; na memorização e aprendizado; na criação de manuais, livros e palestras.

Essas duas técnicas complementares são muito importantes no processo de inovação pois ambas preconizam:

a) Ampla participação das pessoas;

b) Aceitação e respeito com as ideias das outras pessoas

c) Incentivo a criatividade;

d) Integração e formação de equipes multidisciplinares

e) papeis igualitários entre os membros (o que importa são as ideias, indenpendente de quem as tenha)

 
o mapa mental parte de um único centro, a partir do qual são irradiadas as informações relacionadas. Podem ser elaborados por meio de canetas coloridas sobre folhas de papel ou um software ou app mobile dedicado. Pode ser aplicado a qualquer tarefa, atividade, profissional, ou lazer, de modo individual ou em grupo para planejar qualquer tipo de evento. Trata-se de um método para planejamento e registro gráfico cada vez mais usado em todas as áreas de conhecimento humano.
 
Com isso as ideias lançadas e pouco estruturadas na fase anterior (brainstorm) começam a ganhar sentido, ordem e uma estruturação lógica. Como as taxonomias nossas antigas conhecidas.
 Os brainstorms e mindmaps são bastante indicados no processo de Gestão do Conhecimento, uma vez que permitem a externalização e socialização do conhecimento entre os participantes. E como diria Cora Coralina:
 
Feliz aquele que ensina o que sabe e aprende o que ensina 
 
ou seja, durante esse processo de externalização e socialização estamos também aprendendo, combinando saberes (combinação) e integrando-os ao nosso próprio conhecimento prévio (internalização). Tudo isso sem fazer uso de recursos complexos e caros, utilizando apenas o recurso mais importante da organização: o capital intelectual, que atende também pelo nome de PESSOAS.

Para fazer arquitetura de informação realmente estratégica

Por Ale Nahra

AI é juntar quadradinhos e montar sitemaps? Para a colaboradora Alessandra Nahra, vai muito além: é a tradução da estratégia na interface. Confira.

Quantas vezes você, arquiteto de informação, se pegou pensando que o que precisa ser reformulado é o serviço da empresa, e não apenas o seu site?

Se você percebeu isso, é porque teve uma visão global. Não ficou apenas focado nesse wireframe que está na sua frente agora. Bem-vindo à arquitetura de informação estratégica. Não que isso seja muito especial: é exatamente o que a arquitetura de informação deveria ser.

A AI é definida, na maioria das vezes, como a atividade de organizar e nomear conteúdos, estruturar as informações e as interações nas telas de um ambiente digital. Quando o trabalho de AI é resumido a sitemaps e wireframes, o arquiteto de informação tem uma participação meramente coadjuvante no projeto. Não podemos esquecer que a AI é a representação da estratégia na interface. Por isso não pode ficar restrita apenas à ponta visível do iceberg. Ninguém consegue traduzir a estratégia na interface se não sabe qual é a estratégia e não tem informações suficientes para fundamentar as decisões sobre elementos de página, interações e navegação.

Muitos profissionais que iniciam como arquitetos de informação passam, em determinado momento da vida profissional, a se verem como planejadores de UX – user experience. Quando essa fronteira é transposta, um mundo se abre. Porque nos damos conta que a experiência do usuário – consumidor, cliente, ser humano que utiliza os serviços e/ou produtos da empresa em que atuamos – começa muito antes e termina muito depois de sua passagem pelo site/intranet/portal.

A minha ficha, especificamente, caiu de forma definitiva em abril deste ano (2009), quando tive a oportunidade de participar do SXSW Interactive e do IA Summit. Nestes dois eventos, realizados nos Estados Unidos, vi vários profissionais, de diferentes especialidades, falando do conceito de experiência do usuário. Especialmente marcantes foram as opiniões de pessoas que não são arquitetos e nem especialistas em UX: Tony Hsie, CEO da Zappos (a maior loja online de sapatos do mundo) e Michael Wesch (professor de antropologia cultural da Kansas State University e autor do famoso vídeo “The Machine is Us / ing Us”).

A impressão que tive é que nós, que trabalhamos com experiência do usuário, estamos todos nos tornando designers de serviço, de um jeito ou de outro.

Talvez você não tenha a pretensão de largar seu wireframe para se aventurar a colar chifres em unicórnios porque a pesquisa indicou que as vendas estão baixas não por causa do maravilhoso site de e-commerce, mas porque os consumidores não gostam de bichos de um chifre só. Mesmo assim, quando planejamos um ambiente digital, estamos desenhando uma parte do serviço da empresa – que precisa se conectar com o restante. Principalmente com a estratégia de negócios.

Então, larga o wireframe e começa de novo, tentando (e conseguindo) fazer um trabalho de arquitetura de informação realmente estratégica.

Existem espaços dentro de um projeto de site/intranet/portal corporativo para serem preenchidos por estrategistas. Talvez já tenha alguém no seu projeto cuidando disso. Mais provável é que não tenha. Vai lá: o arquiteto de informação tem uma posição privilegiada em relação à visão do projeto. É o profissional que vai entrevistar os stakeholders, observar os usuários, estudar a documentação, entender os processos, analisar conteúdos. Por isso, vai organizar o pensamento a partir de um ponto de vista macro. Assim, poderá ver o que o ambiente digital que está planejando deve ser, em sua totalidade. E vai conseguir, lá no fim, traduzir muito bem a estratégia na interface.

Um arquiteto que trabalha no âmbito de uma empresa (fazendo o que alguns chamam de EIA – Enterprise Information Architecture) tem ainda mais oportunidades para realizar um trabalho estratégico. Projetos de intranets e portais corporativos geralmente são mais longos e levam em consideração questões que um projeto de site, realizado por uma agência, não tem nem pretensão de cobrir. Nesses casos, o arquiteto tem acesso mais fácil (ou deveria ter) à missão, estratégia, e cultura da empresa, e pode conhecê-las a fundo. Seu usuário é interno, está ali na bancada do lado – o que se traduz em maior facilidade de conhecer melhor também o seu público, e com ele realizar atividades de sensibilização, engajamento e descoberta de necessidades, desejos e demandas.

Para realizar um trabalho realmente estratégico, o AI não deve ter medo de invadir fronteiras, expandir domínios, e observar cuidadosamente todas as etapas do projeto em busca de oportunidades, às vezes nem tão óbvias, para materializar um portal de fato alinhado com a estratégia de negócios da empresa. E que vai colaborar para que ela possa oferecer um serviço de qualidade tanto para seus clientes quanto para os funcionários que operam estes serviços.

Se você não quer ser apenas um desenhista de quadradinhos, o caminho é esse: um mergulho na estratégia. E então seu trabalho começa a ter chance de realmente fazer a diferença.