Gestão Estratégica do Design: para quem?

(via IxDA Salvador)

“Você precisa ir além da usabilidade para um design ótimo. Ele também precisa ser desejável”

A frase acima é a maior lição contida no livro “Gestão Estratégica do Design” para especialistas em design, estudiosos e profissionais. Um lembrete para aqueles que trabalham com experiência do usuário, ou que estão seguindo por este caminho.
Além dela, o que resta para aquele público é um enorme exemplo de como pulverizar casos de sucesso inquestionáveis na adoção do design de experiência como conceito total.

Consumi o livro de 208 páginas rapidamente, lançado pela m.Books em 2009, após uma visita de fim de semana à livraria.
O livro tem um bom projeto gráfico, bem resolvido com uma paleta de duas cores, e um projeto tipográfico simples, e que cumpre bem seu papel.

Ele não foca “o como” implementar efetivamente, nos mínimos detalhes, uma gestão voltada ao design. Mas revela claramente como grandes empresas inovadoras fazem da visão global do design seu grande diferencial. Mas o autores ( Robert Brunner e Stewart Emery – com Russ Hall) vão além sendo radicais: ou temos a implantação de um design de experiência global na empresa, ou temos a morte.

Definitivamente adorei isso!


O grande valor da obra – voltada para um público empreendedor, de empresários, e coorporativos – está na visão de uma ruptura de paradigma que deve ser adotada para o sucesso como empresa de referência em inovação e qualidade, espelhada em outras grandes empresas de referência na experiência do consumidor/usuário, como BMW, Whole Foods, IKEA e, logicamente, a Apple. No livro, a Apple é tratada, com méritos ( por ser já alguns há anos a mais inovadora empresa do mundo), como a maior referência no processo de adoção do design como um conceito total.

A forma como mostra a percepção geral dos consumidores sobre a Apple, sua história, seus processos de construção e geração dos produtos clássicos como o iPOD dão ao livro o tempero de uma leitura ainda mais interessante.

Por outro lado, sem medo de ser contudente, o autor abre fogo contra outras empresas, inclusive “supostas concorrentes da Apple” como Motorola e Dell, mostrando o quanto suas marcas perdem, mesmo sendo grandes empresas, por não terem internalizado a consciência do design pleno, construindo assim porcarias que fortalecem a ideia de que o design é algo pontual, uma disciplina de capacidades pontuais; e não algo que precisa estar internalizando na cabeça de todos os funcionários e impregnado em todos os processos.

Apesar de não ser um livro técnico, que ensina como introduzir o design na cadeia produtiva da empresa, cumpre seu papel de maneira magistral ao ensinar como inserir o design de maneira definitiva na cadeia de valores de uma empresa. Um livro para multiplicar o valor do design; um excelente presente para clientes.

Após esse parenthesis decidi que essa será minha próxima aquisição. Nesse mês de dezembro será trabalho e mais trabalho, mas assim que estiver mais tranquilo vou devorar essa obra.

Quais livros vocês sugerem?