Xplus – Metodologia ágil adaptada para UX

por Daniel Cavalcante

É comum em equipes de desenvolvimento que utilizam metodologias ágeis sentirem alguns ruídosdificuldades e até atritos quando buscam introduzir UX design nos projetos. Muitas são as soluções propostas por diversos profissionais que utilizaram adaptações de frameworks de gerenciamento de equipe para incluir processos dos designers de experiência de usuário nas iterações de desenvolvimento. Porém, como sempre vale ressaltar, cada equipe e/ou empresa deve encontrar as soluções que melhor atendem às necessidades de suas equipes e às suas culturas empresariais.

Um dos modelos que me chamou bastante a atenção foi o Xplus, uma variação do XP (eXtreme Programming) que introduz versões reduzidas de alguns processos de UX.

O XP é uma metodologia que usa iterações de desenvolvimento com foco no escopo e incentiva o alto controle de qualidade. O Xplus propõe que nas iterações padrões do XP sejam inclusos:prototipaçãoavaliação heurísticapadronização de design de interfacestestes de aceitação e testes de usabilidade.

design-xplus

Preparação: é a fase de exposição das necessidades e objetivos do cliente junto à equipe, que servirá de briefing para toda a equipe.

Levantamento de requisitos: definição de funcionalidade, planejamento das histórias e priorização das histórias. No Xplus, o designer tem função vital nessa fase, criando os protótipos de baixa fidelidade, explicitando as interações da interface com o usuário. Vale lembrar que os princípios do Lean UX são vitais, ou seja, o foco é a rapidez da aprovação do cliente, tendo em mente que os protótipos podem e devem ser revistos e melhorados ao longo do desenvolvimento.

Desenvolvimento: com os protótipos de baixa fidelidade aprovados, os desenvolvedores podem começar a implementar as funcionalidades enquanto o designer cria e orienta quanto aos padrões gráficos de interface. Enquanto o desenvolvedor implementa os padrões da funcionalidade, o designer realiza avaliação heurística do protótipo.

Testes: a equipe apresenta ao cliente as histórias implementadas para validação de funcionalidades e das interfaces gráficas. Tendo sido aprovado pelo cliente, realiza-se testes de usabilidade junto a usuários reais. O que não for aprovado volta a ser desenvolvido na próxima iteração.

Vale lembrar alguns fatores importantes:

  • Metodologias ágeis visam a entrega de funcionalidades em tempo mínimo, com o mínimo de documentação.
  • Scrum, XP e outros métodos são adaptáveis, é comum inclusive utilizar as práticas de um dentro de outro.
  • O foco é o entregável, e não o processo. Portanto, é necessário os designers muitas vezes abrirem mão de suas preferências. Pensar menos em quais processos usar e mais na produtividade.
  • Apesar de extremamente reduzida no Xplus, a documentação é vital para consulta rápida da equipe e para evitar o risco de determinadas decisões se perderem ao longo do projeto.
  • O desenvolvimento XP é orientado a testes, o que já facilita a adaptação para os métodos de UX para validação junto a usuários reais. Porém, é importante que os pares de desenvolvimento (1 designer + 1 desenvolvedor) realizem os testes juntos para avaliarem usabilidade e código de forma integral.
  • O desenvolvimento ágil exige interfaces e interações rápidas e simples. Às vezes é mais importante validar em um curto tempo uma interface enxuta apenas com formulários, ao invés de se levar mais tempo com gráficos mais elaborados que podem ser rejeitados ou invalidados pelos usuários na fase de testes.

Para mais detalhes sobre a metodologia Xplus:http://infodesign.emnuvens.com.br/infodesign/article/viewFile/135/113

Segundo Microsoft, Windows 8 foi pensado para atrair jovens

O lançamento do Windows 8 acena com uma ruptura tão grande que muitos consumidores corporativos dizem que não pretendem adotar o novo sistema operacional. Em meio a tantas incertezas, a Microsoft se defende dizendo que a linha que separa usuário doméstico e corporativo é muito tênue hoje e será ainda mais no futuro. E que, mais do que isso, a publicidade da plataforma foi desenvolvida para ressaltar o ar jovial do sistema.

Microsoft defende Windows 8 e diz que ele será atrativo aos consumidores corporativos (Foto: Reprodução)
Microsoft defende Windows 8 e diz que ele será atrativo aos consumidores corporativos 

De acordo com Ron Markezich, executivo da Microsoft, em entrevista ao Newsday, a publicidade da nova versão do sistema operacional é “colorida” porque é direcionada para jovens. Na visão da empresa, esse nicho é fundamental e precisa ser reconquistado com um produto que se mostre revolucionário, moderno e pronto para se ajustar nas novas formas de se consumir entretenimento e tecnologia.

O problema, de acordo com o Newsday, é que essa campanha tem aumentado as dúvidas dos grandes parceiros da Microsoft. Grandes empresas, que sempre esperaram a chegada de novas versões da plataforma com ansiedade, estão relutantes em considerar um upgrade para o Windows 8. Tudo porque enxergam no novo Windows uma proposta que afeta a produtividade de seus funcionários e que não traz novidades e recursos novos para as empresas.

Doug Johnson, analista da Associação Americana de Bancos, que reúne alguns dos maiores consumidores de software proprietário do planeta, declara que, do ponto de vista estratégico, não faz sentido investir no Windows 8: “o sistema é, francamente, uma plataforma voltada para o consumidor do que para o mercado corporativo, por isso não é algo que faça sentido do ponto de vista comercial no momento”.

A Microsoft se defende dizendo que já negocia vendas para parceiros e que as empresas estão ansiosas pelas possibilidades do Windows 8 em desobrigar que elas se comprometam com desktops ou com tablets e possam, simplesmente, usar ambos.

Via Newsday

X CINFORM – Apresentação Arquitetura de Informação

Olá PessoALL,

Ontem estava apresentando um artigo no X CINFORM – Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa em Informação. O evento foi muito bom, infelizmente não tive como participar nos dias anteriores, mas ouvi comentários de que foram igualmente bons.

O titulo da minha apresentação foi: Arquitetura de Informação para websites: projetando a experiência do usuário em ambientes interativos (ufa! título grande, não?)

Wireframe, qu’est-ce que c’est?

Por Design in a Box

Wireframes, no caso de web design, são desenhos simplificados que representam elementos de uma página web, interface, etc.

Você pode poupar um monte de tempo e trabalho criando wireframes bem simples antes de designs mais complexos. Outro fator importante é que você mantém seu cliente focado no que interessa, o layout, e não em detalhes como cores, tipos e outros elementos de design. Ou seja, é a maneira mais fácil e rápida de identificar as necessidades do seu cliente, poupando retrabalho.

Wireframe

Wireframe

Acima temos dois exemplos de wireframe. Se me perguntarem qual o melhor deles? Responderia: “O que explica mais com menos esforço”. Não importa se feito no computador ou num pedaço de guardanapo (por favor, não apresente guardanapos para seu cliente e fale que O Design in a Box que aconselhou), ele precisa dar o recado e NÃO dar trabalho para ser feito. O trabalho deve ser pensando como o usuário pode se beneficiar com isso, não criando wires bonitinhos.

 

Dois cenários. Qual o seu caso?

O primeiro cenário é o de grandes agências, onde temos a figura importantíssima do Arquiteto de Informação [Recomendo ler este artigo sobre Arquitetura de Informação no Wikipedia], que tem a missão de preparar de pensar na navegabilidade e experiência do usuário, e gerar um wireframe para que Diretores de Arte e designers possam ter um rumo na hora da criação.

Nesse caso, tenha em mente que você tem um parceiro valioso para fazer melhor seu trabalho e dai sim você poderá gastar um dia inteiro enfeitando aquele botãozinho lá no final do layout que ninguém vai dar importância, enquanto seu parceiro pensa na usabilidade toda da coisa.

O segundo caso é o de agências pequenas e de freelas que tem orçamentos mais modestos e que normalmente correm desesperadamente para finalizar o primeiro layout para mostrar serviço para o cliente. Este é o cara que vai depois reclamar que todo cliente não vale nada, que sempre muda tudo e que fez você varar a noite em claro a toa já que vai ter que refazer tudo.

Não se iluda, faça um wireframe antes. Veja referências, pesquise os concorrentes, veja o que eles tem de bom e de ruim. Informe-se sobre usabilidade e navegabilidade. Temos o Google ai para isso. Gaste um período criando seu wireframe e tenha menos dor de cabeça depois.

 

Wireframe maldito! wireframe maldito!

Para muitos designers, basta ouvir a palavra wireframe para torcer o nariz.
Muitos acham que o wire “amarra” o layout e que tira toda sua liberdade criativa.
Há caso em que de fato o layout precisa ser do jeito que deve ser.
Mas há vezes em que ele é um guia, mas temos uma certa liberdade de alterá-lo na hora de criar uma interface.

Converse com sua equipe e veja em qual caso você está trabalhando.

 

O pena vence a espada. As ferramentas mais poderosas.

Wireframes

Vou falar de novo uma palavra importante: rapidez. Para mim, não há ferramenta melhor do que um bom papel A4 e um lápis. É lápis, prefiro lápis que caneta.

No caso do seu cliente ser interno, por exemplo, um Diretor de Criação, ou até mesmo um atendimento, você pode e deve conversar sobre a possibilidade de apresentar as idéias no bom e velho papel e caneta. Isso pode sanar um monte de dúvidas. Uma frase importante, que ouvi do meu mestre de artes, Zibgniew Campioni foi:

“Você prefere que te apresente um layout pronto, ou que te apresente uma dúzia de idéias?”

O que vale no primeiro momento, acredite, são as grandes idéias.

 

Ferramentas digitais que vão te auxiliar.

Wireframes

OK. Não teve jeito e você precisa fazer um wire mais “bonitinho” para já, agora.
Quando isso acontece, recorro as ferramentas que conheço. Não há tempo para aquela famosa curva de aprendizado.

Nesses momentos difíceis, recorro ao Illustrator. Você poderia utilizar o Photoshop, Fireworks, ou qualquer outro software que seja familiarizado. Minha opção pelo Illustrator é pela facilidade de edição, e de troca de símbolos no stage, além de haver uma série de bibliotecas para criação de wireframes que são vetoriais e feitas sobre medida para este software.

 

 

Como ser um UX Designer

O blog The design decision tem um post que trata das principais características que um Designer de Experiência do Usuário (UX Designer) precisa ter. A principal característica abordada é de que não é imprescindível formação em Design

Good UX Designers don’t need Design School

Para necessita de algumas habilidades e competências genéricas, tais como:

  • Curiosidade

Ser curioso é muito importante para uma área onde são projetados novos serviços e produtos. Teste, use e observe tudo que está ao seu redor.  Mesmo que seja só para tomar conhecimento.

  • Interesse no comportamento humano

Sempre se coloque no lugar do outro. Procure entender melhor o que as pessoas podem precisar. Dominar um pouco de psicologia humana é um grande diferencial. Ouvir e interagir pessoas é importante. Projetamos para seres humanos e não para máquinas. Cada indivíduo como o seu modelo mental e necessidades específicas.

  • Criatividade

A criatividade é uma característica importante para um profissional de UX Design. Leia, estude e sempre busque referências em qualquer coisa. Criatividade é inovar em cima daquilo que já existe e dar um salto qualitativo. É usar o que funciona pensando nas melhorias que podem ser feitas e mudar aquilo que não está dando muito certo. Alguém duvida que testes são importantes?

Frustração catalogável

Publicado em setembro 28, 2010 por Fabricio Teixeira

A caixa de buscas do Google é um universo à parte no que tange ao comportamento do usuário. Há algum tempo ela deixou de ser apenas um campo texto e passou a representar o ponto de partida de grande parte das tarefas realizadas na web. Com o tempo, passou a corrigir erros ortográficos, sugerir buscas relacionadas e – com o recente Google Instant – inclusive prever o que você está digitando.

Ainda assim, a busca do Google não está isenta de causar frustração nos usuários.

Agora imagine um mecanismo de busca que detecte essa frustação em tempo real e já sugira uma solução para o problema. É isso que o time de User Experience do Google vem tentando fazer e compartilha em seu blog.

“We gave users search tasks, some of which we knew to be difficult. The first couple of searches always looked pretty much the same independent of task difficulty: users formulated a query, quickly scanned the results and either clicked on a result or refined the query. However, after a couple of unsuccessful searches, we started noticing interesting changes in behavior. In addition to many of them sighing or starting to bite their nails, users sometimes started to type their searches as natural language questions, they sometimes spent a very long time simply staring at the results page, and they sometimes completely changed their approach to the task.”

Segundo o Google, além de mudanças faciais e corporais nos usuários que estão com dificuldades, ocorrem mudanças também na navegação.

“…those signals were: use of question queries, use of advanced operators, spending more time on the search results page, formulating the longest query in the middle of the session, and spending a larger proportion of the time on the search results page.”

Esses são os primeiros sinais de que sim, é possível que, no futuro, o computador identifique que o usuário está tendo dificuldades. É como se a frustração pudesse ser “catalogada” e identificada por uma inteligência artificial.

Sabemos que esse tipo de pesquisa monitorada (ou teste de usabilidade) é fundamental para que uma empresa tente entender melhor como as pessoas se comportam ao utilizar determinado serviço. Mas para o Google esse tipo de resultado deve ter um sabor especial.

Afinal, como ser inovador em um serviço que já está bem estabelecido e que as pessoas já sabem utilizar? Como evoluir a busca, que já é um processo tão simples, sem torná-lo complicado demais?

Não tem momento melhor para extrair esses insights do que ao observar pessoas.

Mediação ou Interação, ou nenhum dos dois?

Eu não vejo a Tecnologia como tão somente mediadora, pois, todo o trabalho feito por ela toma por base o estudo dos usuários e de suas necessidades. Por isso talvez o MSN seja um sistema tão eficiente e popular, não porque tem alguém mediando, mas sim porque o usuário se sente autônomo num sistema que atende a sua necessidade de comunicação e interação.

As bibliotecas digitais são um exemplo prático da nossa área, não temos nesses ambiente um chat com os profissionais da informação para auxiliar o usuário na recuperação da informação (não há infra-estrutura nem hora-homem para tal) sendo assim o usuário precisa que o sistema o entenda e o ajude, arrisco dizer que nos próximos anos os profissionais da CI estarão assumindo cargos de: Analistas de Social Media, Gerenciadores de Conteudo em portais, Arquitetos de Informação, Engenheiros de usabilidade,  Gerenciadores de Bibliotecas Digitais, Analistas de Informação etc. nessas profissões ligadas a tecnologia, o usuário continua sendo o foco principal  ainda que com finalidades distintas.

Estou lendo um livro que trata da Interface como mediadora da informação e da comunicação na web e a perspectiva de mediação e bem interessante e diferente do que estamos acostumados, nesta obra a mediação é um processo de planejamento que necessita ter o pleno conhecimento de quem é o nosso usuários e a partir dai é construida a interface que propicie o usuário a recuperar as informações de forma autônoma.

Não sou especialista em mediação, não trato desse assunto embora em alguns momentos se aproxime da arquitetura de informação. Eu apenas não concordo com alguns pontos por que termos sempre uma pessoa ou recurso para levar a informação ao usuário e torná-lo de certa forma dependente. Isso pode ser até uma realidade nas bibliotecas e centros de documentação, mas  na web não. O usuário da web não quer e não vai esperar 2 horas pra ser informado por email seja o que for. Ele quer encontrar a informação e pronto!

E é justamente por isso que vejo a mediação como um planejamento preliminar baseado no mapeamento dos modelos mentais do usuário  para gerar uma resposta a sua questão. Para isso estruturando as informações baseadas nesses dados coletados junto a um grupo representativo desses usuários visando a generalização de estrutura.

Agora que o Google dominou o mundo, ainda precisamos de menus hierárquicos?

Por alenahra

Esses dias a questão pulou da boca de um entrevistado: “Depois que surgiu o Google, a gente se acostumou a simplesmente digitar uma palavra, apertar ok e encontrar tudo sobre o assunto”.

Em outras palavras, esse usuário prioriza a busca em detrimento da navegação. Não tenho dados sobre quantas pessoas preferem buscar ao invés de navegar. Mas, baseado no que vejo em testes de usabilidade, entrevistas e observação contextual – além da vida diária nesse lugar chamado internet -, acredito que as pessoas estão cada vez buscando mais. Afinal, como bem apontou o entrevistado, a gente se acostumou com o Google.

Então, por que nós arquitetos de informação damos tanta importância à estruturação de menus hierárquicos? Não conseguimos começar nada antes de fazer um sitemap. Esquecemos que mesmo a home page às vezes nem é vista pelos usuários que chegam direto a alguma página interna a partir de uma lista de resultados de busca.

Menus hierárquicos e taxonomias são importantes, é claro, e não me parece que vão deixar de ser. A informação precisa “morar” em algum lugar. Além disso, certos usuários não sabem o que querem, e não saberão que palavra digitar numa interface de busca. Não saberão como achar um conteúdo a não ser que este conteúdo lhes seja oferecido. Os conteúdos precisam ser apresentados em uma vitrine – na home page e/ou num menu hierárquico.

Mas as coisas importantes também têm uma estrutura hierárquica. Então, vamos primeiro às mais importantes – que talvez seja estruturar a informação/conteúdo pensando em formas de acesso nem sempre lineares e organizadas – e sim diferenciadas, caóticas, bagunçadas. Como a vida.

No Summit de 2008, na pré-conferência”Information Architecture 3.0″, Peter Morville disse que a arquitetura de informação do futuro contemplaria a habilidade criar uma camada de estrutura para o conteúdo e a classificação criados pelo usuário. Ou seja, deixar o usuário criar conteúdo e classificações (“be messy, experiment the whole data thing”), e depois organizar isso e otimizar as formas de apresentação e de busca (“help people refine what they are doing”).

Se o trabalho do AI será fortemente centrado em classificar e indexar o conteúdo de maneira robusta e não necessariamente hierárquica, mas olhando as relações entre os conteúdos, as palavras-chave e os objetos, realmente o que fazemos está mudando. Já não é mais desenhar caixinhas em wireframes – e talvez daqui a pouco também não seja colocar conteúdos dentro de (outras) caixinhas e etiquetá-las.

Nós somos os caras que planejam os ambientes em que as pessoas vão se relacionar e mudar sua cultura. Pense nisso.