TI? Gestão? O que falta ao Profissional da Informação?

Olá caros leitores, o tema que será abordado hoje pode parecer um pouco polêmico mas precisa ser discutido. Alguma vez na sua vida acadêmica você já deve ter se perguntado: será que estou preparado para o mercado de trabalho? O que estou aprendendo na faculdade é o que o mercado procura? Se não parabéns! Você é uma exceção. Essas são algumas dúvidas que pairam sobre as cabeças dos estudantes de graduação de modo geral, mas no caso especíco do profissional da informação, o que tem sido feito para uma adequação da formação universitária ao contexto da Sociedade da Informação? Percebe-se que ainda hoje a formação do bibliotecário tem focado muito mais os aspectos técnicos da profissão do que explorar o lado da gestão da informação e da tecnologia da informação – TI (justamente o que as organizações estão procurando) O bibliotecário é o profissional responsável pela gestão da informação nas bibliotecas, centros de informação, documentação e pesquisa. Mas o que falta a esse profissional é uma formação na qual a gestão e a TI sejam os focos principais; classificar, indexar, catalogar, normalizar são atividades importantes e inerentes ao profissional da informação, porém são atividades-meio. Vale lembrar que nossas habilidades e competências vão muito mais além da técnica. Segundo Adalto Ozaki, temos de um lado cursos de administração e gestão, que formam profissionais com conhecimento nas áreas ditas de negócios e que não desenvolvem competências em TI na profundidade exigida pelo mercado, e por outro temos cursos de TI que enfocam a arquitetura de softwares, automação, redes etc, mas deixam a lacuna da visão do negócio como um todo. E no caso do bibliotecário essas duas habilidades são imprencidíveis pois gestão da informação, supõem gestão (óbvio) e informação supõem recursos informacionias disponíveis em todos os formatos, incluindo o eletrônico, virtual e digital, portanto TI. Para responder a pergunta que intitula esse artigo, TI? Gestão? O que falta ao Profissional da Informação? é preciso ter em mente que as grades curriculares dos cursos precisam focar as diretrizes específicas da profissão e desenvolver as competências necessárias, mas isso não é uma camisa de força, pois a sociedade muda, a informação muda e principalmente as necessidades dos usuários mudam. Somos muito bons em fazer planejamento de bibliotecas e centros de informação, mas será que sabemos gerenciar um Sistema de Informação? será que estamos aptos a trabalhar com Inteligência Competitiva? (já que esta utiliza fundamentalmente informações) será que conhecemos as estratégias de marketing para nosso cliente? será que sabemos dizer exatamente o que o software deve fazer? Não precisamos saber aspectos técnicos do protocolo Z39.50 nem do TCP/IP, nem configuração de redes, mas saber o que são e utilizá-lo fazem toda a diferença. Como podem ver ao responder uma pergunta abrimos um leque de novas indagações (…) Mas tentando responder todas de uma única vez pode-se dizer que o bibliotecário não precisa conhecer tudo ou bancar o super-profissional, mas precisa se fazer presente nas reuniões de planejamento, participar do plano estratégico, conhecer a empresa na qual trabalha e andar lado a lado com administradores e profissionais de TI formando uma equipe. Se por um lado as faculdades deixam lacunas é preciso que ter motivação para buscar a solução das necessidades, afinal somos profissionais da informação. Estamos acostumados a auxiliar nossos usuários/clientes a encontar aquilo que necessitam para aprofundar seus conhecimentos, então vamos também ser usuários das informações que gerenciamos e desenvolvermos a nós mesmos e a nossa área, e lógico sempre investir na pós-graduação.

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Adalton M. Ozaki é coordenador dos cursos de graduação em administração de empresas da FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista. É mestre e bacharel em administração de empresas pela FEA-USP, tendo se especializado em negócios eletrônicos e gestão tecnológica. Atua há mais de 15 anos no setor de tecnologia da informação e atualmente é sócio-diretor da ADF Consulting. Possui vários artigos publicados em eventos nacionais e internacionais ligados a gestão da informação e da tecnologia